Projeto reduz pegada de carbono e une restauração ambiental com ação climática no RS

O Projeto Ar, Água e Terra, promovido pelo Instituto de Estudos Culturais e Ambientais (IECAM) divulga os resultados mais recentes do Inventário de Emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE). De acordo com o levantamento, o projeto apresenta saldo positivo com maior captura de dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera do que emissão ao longo de um ano. Ar, Água e Terra atua em/com dez aldeias Guarani em uma área de mais de três mil hectares nos biomas Pampa e Mata Atlântica do Rio Grande do Sul.
Realizado com base em metodologia reconhecida internacionalmente, segundo o Programa Brasileiro GHG Protocol e as normas ISO 14064-1 e 14064-2, o levantamento consolida os dados de emissões e reduções de gases de efeito estufa do primeiro ano de execução da 4a fase do Projeto. Em 2024, o total de emissões foi de 10,95 tCO₂e, com média mensal de 0,91 tCO₂e. As principais fontes de emissões estão associadas à emissão veicular, seguida de emissões relativas ao uso de adubo para as atividades de reflorestamento. O projeto apresenta uma redução líquida total de 3.869,97 tCO₂e no ano de 2024, resultado da diferença entre as emissões líquidas consolidadas e as remoções líquidas por reflorestamento e conservação.
“Mais do que números, o Inventário funciona como bússola: aponta onde estão os principais focos de emissão, orienta o planejamento de ações de mitigação e oferece credibilidade a parceiros, à patrocinadora e à sociedade”, afirma Denise Wolf, coordenadora do Projeto e presidente do IECAM. Segundo ela, a ferramenta é ainda mais estratégica diante do agravamento da crise climática e das pressões regulatórias por metas de descarbonização.
Para os próximos anos, a perspectiva é ampliar ainda mais as áreas restauradas, fortalecer a integração entre reflorestamento, agroflorestas e segurança alimentar, e aprofundar a articulação entre o conhecimento tradicional dos povos indígenas e as práticas ambientais contemporâneas. O Projeto Ar, Água e Terra mostra como uma ação local, com base técnica e enraizamento cultural, pode responder de forma concreta aos desafios globais da emergência climática.