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Educar Colorido

Projeto leva diversidade para escolas públicas gaúchas

Equipe do projeto Educar Colorido Fotos: Egon Carlos

Em tempos em que o respeito à diversidade e a promoção de ambientes inclusivos se mostram cada vez mais urgentes, o projeto Educar Colorido surge como uma ferramenta de transformação dentro das escolas públicas de Porto Alegre e região metropolitana, como Canoas e Cachoeirinha. A iniciativa estreia em junho, mês da visibilidade LGBTQIAPN+, com foco na educação integral em sexualidade por meio da arte e da escuta ativa. O projeto leva uma programação gratuita para alunos e professores do ensino médio, com apresentações teatrais, oficinas formativas e rodas de conversa sobre diversidade sexual e de gênero. Além disso, uma cartilha será distribuída aos alunos como forma de orientação.

Educar Colorido é um convite para olharmos com mais empatia para quem está ao nosso lado. A escola precisa ser um espaço de afeto, escuta e liberdade, onde todos se sintam pertencentes”, destaca Juliana Barros, idealizadora do projeto.

O projeto nasce num contexto alarmante: de acordo com o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTQIA+, o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIAPN+ no mundo. Só em 2023, mais de 250 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ foram registradas no país. A violência também se reflete nos ambientes escolares: uma pesquisa da ONG Ação Educativa revelou que 73% dos estudantes LGBTQIA+ já sofreram algum tipo de violência ou discriminação na escola.

O ponto de partida é o espetáculo Terapia Colorida – #TudoJunto&Misturado”, que utiliza o humor para abordar temas sensíveis de forma leve, acolhedora e acessível ao público jovem. Após as sessões, os participantes são convidados a dialogar sobre os temas apresentados e refletir sobre seus próprios contextos escolares e sociais. Além das apresentações, o projeto prevê oficinas com especialistas renomados nas áreas de educação, psicologia, direito e arte, promovendo espaços seguros para o compartilhamento de vivências e construção de conhecimento. A primeira escola a receber o projeto será a Julio de Castilhos, com apresentação do espetáculo seguido pelo seminário de direito, no dia 11 de junho.

Cartilha leva à reflexão

A cartilha do projeto Educar Colorido convida estudantes, professores e a comunidade escolar a refletirem sobre diversidade, respeito e saúde mental. De forma acessível, o material aborda temas como gênero, sexualidade e identidade, destacando que cada pessoa tem o direito de ser quem é e de viver com dignidade. A cartilha esclarece que gênero é uma construção social — diferente do sexo biológico — e que a sexualidade é ampla, afetiva e diversa. Ressalta também a importância de combater o preconceito com informação, diálogo e empatia, criando ambientes mais acolhedores dentro e fora da escola.

Além da abordagem educativa, a cartilha apresenta informações essenciais sobre direitos garantidos à população LGBTQIAPN+ e canais de acolhimento e denúncia. Traz ainda dados sobre o impacto do bullying e da violência nas escolas, especialmente entre jovens LGBTQIA+, e reforça a urgência de políticas públicas que promovam o respeito à diversidade. A mensagem central é clara: ninguém deve passar por discriminação ou sofrimento sozinho. Cuidar da saúde emocional e construir uma cultura escolar inclusiva é um dever coletivo — e um caminho possível quando há informação, escuta e coragem.

Neste cenário, Educar Colorido, que segue até setembro, propõe uma abordagem afirmativa, artística e educativa para ajudar a construir escolas mais acolhedoras, seguras e plurais.

Fonte: C2 Comunica