Departamento uruguaio divulga atrações durante evento turístico em Porto Alegre
A proximidade geográfica e comportamental tem levado o departamento uruguaio de Colônia a estreitar laços com o Rio Grande do Sul. Tendo iniciado o processo de aproximação em 2021, o departamento já colhe fruto da iniciativa. De acordo com Martín de Freitas, diretor de turismo do departamento, antes da pandemia, os argentinos lideravam o turismo local com 80% das visitas. Os brasileiros eram responsáveis por 5% do movimento e o público interno pelos 5% restante. Hoje essa realidade é diferente com o Brasil sendo responsável por uma fatia de 20% de visitantes – oriundos principalmente do Rio Grande do Sul.
Responsável por uma fatia que gira entre 15% e 20% do PIB local, o turismo é a grande força motriz da economia de Colônia que é destacada como “um lugar de encontro de culturas, encontro de sabores e saberes, um encontro mágico en Uruguai”.
Participando da 38ª edição da Feira de Negócios Turísticos da União Gaúcha dos Representantes e Operadores do Turismo (Ugart), em Porto Alegre, a comitiva uruguaia – composta além de Freitas, também por Andrés Castellano, presidente da Asociación Turística del Departamento de Colônia e Andrea Porley Paez, assessora técnica – divulga os diferenciais de cada região. A zona leste, por exemplo, é composta por produtores tradicionais de lácteos de alta qualidade, o que define queijos e doces de leite como, praticamente, patrimônio gastronômico uruguaio. Já, a zona Oeste que conta com o selo Bodegas de Colônia possui 13 vinícolas e empreendem organizadas e vinculadas à Associação de Bodegas de Colônia. As bodegas – como são chamadas localmente – estão sediadas em uma região onde italianos e bascos se fixaram séculos atrás e desenvolveram uma forte tradição vitivinícola.
Colônia é um estado pequeno em extensão – 130 km² – povoado por uma rica diversidade cultural. Às margens do rio da Prata os cerca de 120 mil habitantes são descendentes de piemonteses, suíços, alemães, ingleses, entre outras etnias. Com uma forte vocação turística o departamento aposta nos queijos artesanais, vinhos, azeites, chocolates e conservas que encantam os viajantes que chegam por lá. Conforme Freitas, o receptivo a visitantes ocorre durante todo o ano, mantendo uma taxa média de 60% com ênfase de outubro a abril, quando a taxa de ocupação sobre para 70%.
Para atrair mais turistas, o departamento aposta, além da gastronomia e enoturismo – com seus vinhos de boutique – em várias festas típicas, gineteadas, museus da época colonial e uma arquitetura que encanta com uma mescla dos estilos português, espanhol e pós colonial.
Para desfrutar deste paraíso, o turista tem opções por terra ou água. Quem chega ao Uruguai pelo Aeroporto Internacional de Carrasco, em Montevidéu, leva cerca duas horas de carro até Colônia. Os deslocamentos são pelas rotas nacionais 1 e 21 consideradas em bom estado, o que confere uma viagem tranquila e com lindas paisagens. Também há acesso pela vizinha Argentina. O porto de Colônia do Sacramento – capital do departamento Colônia – está localizado praticamente em frente ao de Buenos Aires, o que garante uma viagem entre uma e três horas por barco, dependendo da empresa escolhida.
Mas, independente da forma escolhida para chegar a Colônia, quem for visitar pode estender a estadia por três dias, tempo considerado pelo diretor de turismo do departamento como ideal para se encantar com a região.
Em Porto Alegre, os uruguaios divulgaram diversas propostas, entre hotéis, atrativos, serviços, roteiros e uma agenda de eventos que compõem o mix do destino, incluindo a capital. Colônia de Sacramento foi fundada por portugueses e declarada como Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1995. A cidade uruguaia conta com atrações, como o Centro Histórico com casario preservado e a Plaza de Toros, recém reformada e concedida para a iniciativa privada, com possibilidade de visitas guiadas contando a história das touradas e dos vinhos.
Comitiva uruguaia em Porto Alegre